segunda-feira, maio 04, 2015

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes de depois ou como "ena pá... estou tão destreinada. já nem me recordo do último antes e depois. acho que foi com qualquer coisa do Beuys. Ora bem, pois o que é que há a dizer acerca deste "antes e depois"? Nas férias do Natal estive a ver filmes do Ingmar Bergman e, daqueles que vi, gostei mais do Sétimo Selo. Ao assistir ao Persona, percebi que aquilo que lembrava algo. E o que era? Pois, moda. Era um editorial do Steven Meisel para a Vogue Itália em Novembro de 2008. Não sei o que dizer das fotos, a não ser que espelham algum mistério: duas mulheres muito parecidas, que partilham por vezes o mesmo espaço físico, mas com muita distância entre si, até com alguma violência.... Embora se trate de fotografias a cor, são pouquíssimo saturadas. Já o filme, bastante denso, de uma densidade que não percebi de imediato, merecia mais comentários, mas não me julgo capaz. Já em Fanny e Alexander, a realidade e a fantasia confundem-se. Só que neste caso, no caso de Persona, a realidade e fantasia não chegam pelos olhos de crianças, mas pelos olhos de duas mulheres adultas, marcadas por fenómenos como o Holocausto e a Guerra no Vietname, a impossibilidade de diálogo com os filhos (também em Sonata de Outono era isso que acontecia), a dualidade de cada um de nós (de facto a actriz que representa Medeia cai em estado catatónico e a enfermeira de bata branca imaculada mostra ser "uma ganda maluca"*).
Bem, então vou para dentro. Beijos, abraços e até ao meu regresso.















Ingmar Bergman
Persona
1966












Steven Meisel
Vogue Itália
2008

















Ingmar Bergman
Persona
1966
















Steven Meisel
Vogue Itália
2008

*é brincadeirinha. se um homem que tem muitas experiências sexuais não é um "ganda maluco" uma mulher também não deve ser.