terça-feira, agosto 02, 2011

- não vai mais vinho para essa mesa -

História da Arte do Futuro*
Esta é uma obra de Janina Cazares, uma artista suíça que nasceu, curiosamente em Espanha, em Vilência perto de Madrid, mas que se interessa, sobretudo pelas relações que os cidadãos do Norte da Europa estabelecem entre si, por oposição às dos países do Mediterrâneo. Cazares deixou Espanha com 20 anos aquando da morte da avó nos atentados terroristas de 11 de Março. Ela, os dois irmãos mais novos, o pai e a mãe mudaram-se para a Suíça onde se encontrava a família materna. Janina ficou muito marcada pelo calor e pela alegria dos povos do Sul lembrança essa inseparável, pelo menos para a sua obra, da da morte da avó de quem era particularmente próxima. Janina Cazares sentiu a mudança, não só a nível climático como dos afectos. As suas obras - em papel A4, simples e que usam como técnica apenas o risco cinza, preto ou azul - estão presentes em todo o mundo. A Diëgstlungkunst Gallerie prepara-lhe uma exposição para o próximo ano. Estes desenhos simples e muito eficazes contrapõem o frio da folha, com o traçado muito fino da linha que representam, tanto o frio da região (e das pessoas, nas suas relações mais pessoais) como as linhas da paisagem interior. Ela fala do vaguear da mente, de uma arte sem conceito por nada, a não ser o livre correr da mão, está presente. Cazares, que também se tornou, no seu país, uma forte defensora da agricultura biológica e da reciclagem (estando até integrada num grupo de estudo do governo suíço relativo à questão ética do uso de pele humana, cabelo e unhas para a produção de novas formas de suporte analógico), cria assim uma obra que respeita o ambiente já que utiliza a parte de trás da folha de papel para outro trabalho. Estas folhas são produzidas por si. A obra de Janina apresenta já fases, das quais destacamos a fase espanhola e a fase fria. Quando enveredou pelo mundo artístico, Janina tinha cerca de 18 anos e trabalhou como modelo de desenho de nu. Com esse trabalho encontrou forma de manter uma pequena produção artística, bastante académica, mas onde já estavam presentes os traçados que tornaram a artista uma das grandes promessas do mundo artístico. Fica aqui uma das obras de Janina, do início do período frio, denominada (de)composição #14: Melancolia de Domingo. Nela notamos aquilo que Janina Cazares denominou de "impetuosidade esquemática da genética", como alusão ao acaso, que não obstante não estar na base do ser humano, se desenvolve de forma que nos parece casual, mas segundo uma ordem que na realidade é para nós incompreensível.
Janina Cazares
(de)composição #14: Melancolia de Domingo
2010
Colecção Privada

*se não vier a ser assim, devia ser.

1 Comments:

Blogger João Barbosa said...

ora, ora... a Beluga tem poder de vidência. se aposta nisso, eu acredito também... é a moderna Pitonisa
.
ok, queria escrever qualquer coisa e, como não sabia o quê, inventei o disparate acima

5/8/11 1:52 da manhã  

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