segunda-feira, junho 30, 2008

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou “da série, este é o meu preferido. não o é só porque as semelhanças são mais que muitas, mas porque Moore encarna mesmo a alegria que vemos no quadro de Currin. ele pretendia apenas mostrar o lado fútil da alta sociedade nova-iorquina, algo que faz alegando formalmente algumas obras e pintores conhecidos, bem como modelos de pintura reconhecidos. Currin inspira-se em Botticelli e nos modelos de pintura da Flandres, embora às vezes ache que Currin se diverte e bem a ridicularizar as meninas de Renoir. a última exposição de Currin faria corar o próprio Hugh Hefner. mas voltando à Julianne, toda ela é alegria, despudor e polpa. porque a rapariga foi muito bem escolhida e é de facto polpuda. torna real a irrealidade de Currin, uma vez que olhando para as suas mulheres, todas elas parecem apetitosas, mas demasiado trabalhadas; o modelo de beleza das mulheres de hoje levado ao extremo, com peito demasiado grande (para aquilo que é humanamente possível aguentar) e ancas estreitas. é por isso que gosto deste e quem não gostar pode ir dar uma volta aos outros “antes e depois”. é só para avisar que também estive a ver os “antes e depois” e não gostei nada”:

John Currin
The Cripple
1997


Peter Lindberg
Julianne Moore a interpretar John Currin
2008
Harper’s Bazaar