quinta-feira, fevereiro 21, 2008

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

antes e depois ou “na senda dos vídeo-clips de David Fincher, vem agora esta analogia entre o Express Yourself da Madonna e o filme Metropolis de Fritz Lang. No filme, Fritz Lang mostra-nos uma cidade do futuro, negra, com edifícios muito altos e uma relação entre o homem e a máquina que não é mostrada entre o homem e o homem. Por isto até me faz lembrar um pouco o livro “1984” e o “Admirável Mundo Novo” devido à relação e submissão do homem face à máquina. Na cidade de Fritz Lang os ricos e os operários não se misturam e no vídeo de Madonna também não. Ela é a prisioneira de luxo de um homem de negócios, encarcerada numa arranha-céus ou torre de um arranha-céus que olha de cima os homens que trabalham. As cenas que relacionam estes dois mundos são feitas sempre na vertical para enfatizar o sentido hierárquico das posições assumidas. Embora o filme, tal como o vídeo-clip esteja repleto de homens-máquina, é uma mulher quem assume o papel principal. Ela é o símbolo da pureza na cor do seu cabelo e no nome que adopta (Maria, no caso do filme), mas que tem um papel menos digno da Virgem. Madonna faz aqui muito bem de si mesma nos dois sentidos: é Madonna, a Virgem loira e pura e é a Madonna da vida real, a mulher que desvia os homens do seu caminho (uma consideração que pode não ser literal, mas ajuda a compreender)":

Fritz Lang
Metropolis
1927


Madonna
Express Yourself
1990