domingo, setembro 17, 2006

Escrevo já com a noite
em casa. Escrevo
sobre a amnhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume,
e eras tu somente
a dizer o meu nome.
Escrevo para levar à boca
o sabor da primeira
boca que beijei a tremer.
Escrevo para subir
às fontes.
E voltar a nascer.

(Eugénio de Andrade, Escrevo in Os Sulcos da Sede)