quinta-feira, novembro 17, 2005

O CARTEIRO

O Neoliberalismo é de Esquerda, de Direita ou de quem o apanhar?

Segundo a definição, o Neoliberalismo é de esquerda, porque é retratado para descrever uma forma de pensamento em que a pessoa adquire mais importância que o Estado; ou seja, uma minarquia (palavra feia!!). Exemplo: o indivíduo não desconta para no futuro, após a sua aposentação, ter uma reforma. O indivíduo gere os seus rendimentos consoante a forma como os quer gastar e os planos para o futuro. Baseado nisto, o Neoliberalismo defende que a sociedade iria ser mais desenvolvida porque ía depender exclusivamente de si mesma, da competição entre indivíduos. Isto é a antítese do modelo social europeu (há expressões que encerram em si todo o conhecimento do mundo), que doma a sociedade à custa de subsídios. Às pessoas não é dada a miséria imediata, mas também não é permitido crescer.

Veja-se o exemplo de França; o exemplo, ainda que diferente, dos desempregados voluntários em Portugal que preferem saltitar de subsídio em subsídio, a trabalhar; o exemplo americano em que quem lá chega não tem subsídios, mas é incentivado a trabalhar em nome da nacionalidade americana. E parece que resulta. [O modelo social europeu, com base no socialismo limita a acção do indivíduo perante o Estado, ao contrário do Liberalismo].

Porém, a verdade é que só quem é profundamente independente a nível económico do Estado, é que consegue viver sem ele. E o Estado agradecido leva à letra o célebre laissez faire, laissez passer (não sei se é com "z" no fim). Exemplo: só quem tem sistemas de saúde alternativos (e compensatórios) é que pode não depender do subsidiozinho do Estado. É uma forma sobranceira de se olhar para o problema, e não pela sobranceria, mas por se fazer valer de uma falsa questão, o Neoliberalismo assim visto, é de direita.

Nunca será de quem o apanhar, porque não é o 78 que pára perto do Hospital. Agora se é de direita ou de esquerda, isso é que eu não sei.